poema Cantares, de Antônio Machado
no encontro de nosso #clubindeleitura de hoje, sobre o livro #caminhodoartista, em 03 dezembro 2023, comentei sobre um poema que me inspirou na escrita acadêmica e acredito conversar bastante com o nosso estudo-prática da vez: é o poema Cantares, de Antônio Machado.
[ Antonio Cipriano José María y Francisco de Santa Ana Machado Ruiz, conhecido como Antonio Machado, foi um poeta espanhol, pertencente ao modernismo. ]
neste poema ele nos diz assim: (grifos meus)
“Tudo passa e tudo fica
porém o nosso é passar,
passar fazendo caminhos
caminhos sobre o mar
Nunca persegui a glória
nem deixar na memória
dos homens minha canção
eu amo os mundos sutis
leves e gentis,
como bolhas de sabão
Gosto de vê-los pintar-se
de sol e grená, voar
abaixo o céu azul, tremer
subitamente e quebrar-se…
Nunca persegui a glória
Caminhante, são tuas pegadas
o caminho e nada mais;
caminhante, não há caminho,
se faz o caminho ao caminhar
Ao caminhar se faz o caminho
e ao voltar a vista atrás
se vê a senda que nunca
se há de voltar a pisar
Caminhante não há caminho
não há marcas no mar…
Faz algum tempo neste lugar
onde hoje os bosques se vestem de espinhos
se ouviu a voz de um poeta gritar
“Caminhante não há caminho,
se faz o caminho ao caminhar”…
Golpe a golpe, verso a verso…
Morreu o poeta longe do lar
cobre-lhe o pó de um país vizinho.
Ao afastar-se lhe viram chorar
“Caminhante não há caminho,
se faz o caminho ao caminhar…”
Golpe a golpe, verso a verso…
Quando o pintassilgo não pode cantar.
Quando o poeta é um peregrino.
Quando de nada nos serve rezar.
“Caminhante não há caminho,
se faz o caminho ao caminhar…
Golpe a golpe, verso a verso.”
espero que este poema lhe inspire tanto quanto me inspire! vou transcrevê-lo em meu exemplar do caminho do artista. caso sinta-se a vontade, faça também
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